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Afinal, o que foi que aconteceu?

Em comunicação a gente aprende que tudo deve ser simples e claro, de fácil entendimento para todos, independente da faixa de idade ou do nível intelectual. Um velho professor, ainda na faculdade, me dizia que o bom mesmo é que a gente sempre nivelo por baixo. Se falarmos de maneira simples, todos irão entender.

Porque esse é o segredo da comunicação: se fazer compreender, não é mesmo? Você comunica os fatos e acontecimentos com a intenção de que as pessoas tenham conhecimento e, dentro das possibilidades, isso mude o seu comportamento.

Informação é tudo. Se você tem informação, fica mais fácil tomar uma decisão. Nos casos mais recentes a vida tem nos mostrado o preço elevado que se paga quando não há informação. Vejam o caso de Israel que foi surpreendido pelo ataque terrorista do Hamas, em 7 de setembro de 2023. O Serviço de Inteligência de Israel, um dos mais avançados do mundo, diz que não tinha a informação e por isso todos foram surpreendidos.

Por isso, como homem de comunicação, sempre defendo o registro daquilo que está acontecendo. Sou daqueles que apreciam uma fotografia, um filme, pois eles capturam um momento da nossa realidade. Mas a foto é estática. A gente pergunta para ela: afinal, o que aconteceu? E ela não responde. Assim, entendo que alguns registros são totalmente desnecessários. Apenas poluem a nossa mente.

Na Rede Mundial de Computadores, viraliza um vídeo que mostra a passagem de ano na Avenida Champs Elysées – a Campos Elíseos de Paris. Milhares de pessoas se apertam ao longo da avenida para a contagem regressiva que vai marcar a chegada do Ano Novo de 2024.

E o que as pessoas fazem? Admiram? Não! Elas gravam com o celular!!!

Ao gravar com o celular um momento da nossa realidade, as pessoas deixam de vivenciar esse momento e isso é uma coisa muito grave. Estamos nos transformando em gravadores ambulantes que não curtem mais a vida pois querem a todo custo a foto, o video, o post.

O que aconteceu em Paris revela exatamente o ponto que estamos atingindo. As pessoas já não sabem mais conversar. Outro dia observava alguns amigos, na sala, após o jantar. Eles deixaram a mesa e se sentaram em confortáveis poltronas, na frente da televisão que estava desligada. O pai, mais velho, absorto num Ipad onde lia um artigo que deveria ser interessante. Um pouco mais de tempo e deixou o Ipad de lado pegando  o Kindle, onde continuou a leitura de um livro. No intervalo, entre um e outro, passeou os olhos para uma página do jornal que estava dobrada sobre a banqueta para preencher as palavras cruzadas. Tudo feito em silêncio, como se não houvesse mais ninguém na sala. Como se não fosse preciso conversar, trocar ideias. Bem, os outros integrantes da família, estavam, cada qual com o seu celular, vendo algo que lhes interessava.

É isso que queremos? Essa é a vida que sonhamos? Esse é o melhor momento da família? Pensei que talvez tivesse sido mais produtivo ligar a televisão.

Você está atento para as lições da vida?

Há uma relação direta entre o desenvolvimento tecnológico e o emburrecimento das pessoas. Já parou para pensar nisso? Porque apesar dos avanços da tecnologia, o que se percebe é o aumento exponencial do sofrimento, da tristeza, da amargura, das chamadas síndromes. Qual o motivo que nos leva a esse estado de torpor mental a ponto de não conseguirmos ou termos dificuldade em distinguir a realidade da fantasia? O que é verdadeiro e o que é fake? Temos uma certa dificuldade em aprender com a vida, não é mesmo? Somos resistentes, especialistas em justificativas e o que importa sempre é termos uma boa desculpa para as ações que praticamos como se fosse só isso.

Quando o mar está tranquilo, ninguém reclama. Todos se acomodam e pensam que a vida é assim: Sempre uma tranquilidade. Não nos damos conta que a tempestade, as águas turbulentas, a agitação, tudo isso faz parte do nosso cotidiano.

Quando você está navegando, por exemplo, deve conhecer a embarcação, seus recursos e limitações e ter domínio das chamadas técnicas de navegação. Não é comprar ou alugar um barco e sair por aí, pelos mares da vida.

Os equipamentos de navegação permitem que você saiba onde está e para onde ir.

Por isso é sempre bom perguntar: Você está receptivo para as lições e ensinamentos que a vida quer lhe transmitir? Ou você é daquele tipo de pessoa que se julga dona da verdade, que tem resposta para tudo, que entende de tudo?

No final você vai descobrir que não é apenas uma questão do vento e que navegar exige muito mais que isso. Navegar com segurança depende do velejador. Ele é quem ajusta as velas para poder navegar até mesmo com o vento contrário.

Saber delegar funções e responsabilidades e permitir que os profissionais se desenvolvam pode garantir à sua empresa, aos seus negócios um futuro promissor. Para uma boa navegação, acontece a mesma coisa. Uma equipe treinada é importante para a segurança da viagem.

se não aprendermos com as lições que a vida nos transmite, vamos continuar sendo infelizes, tristes, vítimas das amarguras. Nunca se ouviu falar tanto em síndrome do pânico. Gente que se fecha em casa como medo de sair, com medo de viver. Atinge adultos e os nossos jovens. E fazemos de conta que tudo isso é normal, sinal dos tempos, coisas da modernidade.

Será mesmo? Será que não deixamos de ser alunos? Será que estamos matando aula e fugindo da escola chamado VIDA?

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