Recentemente, ao anunciar o Hospital Regional em Bragança Paulista, o Governador de São Paulo, no meio do seu discurso, disse que “…agora vai melhorar. A gente pagava 4 e agora vamos pagar 10”. Ele se referia, pelo que entendi, ao valor que o governo paga, aos hospitais, pelas consultas via SUS. Pensei comigo: Como é que isso pode ser possível?
Será alguma estratégia de marketing que eu não entendi? Preço do produto ou serviço faz parte das ferramentas do Marketing Nosso de Cada Dia. E os empresários chegam a esse “preço” levando em conta vários fatores, entre elas a remuneração do profissional, os custos do seu estabelecimento etc.
Para tirar as dúvidas, ou pelo menos tentar, fiz o que todos fazem. Consultei o Google. E perguntei quanto é que o governo paga ao médico, por uma consulta. Fiquei estarrecido e ainda mais desinformado. Os valores são muito diferentes. Os menores são de R$ 20,00 por uma consulta simples. A complicação aumenta quando você faz a mesma pergunta, mas endereçada aos Planos de Saúde.
Os Planos que melhor remuneram também estão nessa faixa. Aí eu começo a entender por que é que os médicos nos atendem tão rapidamente. Uma consulta não dura mais que dez, quinze minutos. Imagino que os profissionais agem assim para poder ganhar na quantidade. Então precisam atender um grande número de pessoas, diariamente, para fazer algum tipo de caixa.
Auxiliei uma pequena empresa dedicada a impressões em papel, a compor a sua tabela de preços. Precisava ficar claro, por exemplo, quanto custaria imprimir uma folha de papel tamanho A4, a mais comum. E o meu amigo, dono do negócio, ficou de queixo caído quando apresentei uma lista que começava com o custo do imóvel, aluguel, água, luz, impostos etc e passava pelo profissional que iria trabalhar, o tempo que ele iria dedicar para produzir aquela impressão, computadores, programas de informática etc.
Chegamos a um valor razoável, mas completamente fora dos preços praticados pelos concorrentes. Então tivemos que aplicar uma redução e pensar na quantidade. Se fossem muitas impressões, o custo ficaria diluído. Penso que com os médicos e os Planos de Saúde acontece a mesma coisa.
Um amigo me confidenciou que operou a catarata e fez todo o procedimento pelo seu convênio médico. Mas explicou que, em determinado momento, foi chamado numa sala onde a funcionária explicou que o convênio só cobre uma lente nacional e que os médicos gostam de uma lente importada, que é claro, custa muito mais caro. Se fizesse o procedimento com a lente nacional o resultado não seria garantido e ele teria que retornar vez em quando, para um serviço de limpeza. Se optasse pela lente importada, teria que pagar a diferença por fora. É claro que ele concordou e pagou. Mas depois ficou se perguntando: Será que o médico não colocou a lente do convênio e embolsou a diferença? A gente nunca vai saber, não é mesmo? Porque faltou um pouco de ética nessa história toda.
Um consultório médico ou um hospital é uma empresa. Foi pensada para dar lucro. Existe todo esse lado lúdico, emocional, pois trata da saúde das pessoas e de suas enfermidades, mas o que temos é que, no final do dia, o lucro tem que aparecer. Se o agente pagador é o convênio médico, o paciente ou o governo, isso não vem ao caso. Consulta simples paga menos.
Na tabela de preços, que eu consultei pelo Google, ficou claro que existem, no caso dos atendimentos em consultório ou ambulatório hospitalar, dois tipos de consultas: a simples e aquela que é seguida de algum procedimento como uma injeção, curativo ou algo assim. Essa já remunera um pouco melhor.
Assim, a realidade é que o bom médico é aquele que atende mais e garante mais retorno para o hospital ou aquele que presta atendimento humanizado e dedica um pouco mais de tempo para o paciente, em todos os níveis? Qual é a resposta? Vocês têm alguma dúvida?
*Paulo Roberto Machado – Jornalista e Radialista Profissional, bacharel em comunicação e pós graduado em Marketing pela PUC Campinas, diretor do site www.oscomunicadores.com.br e formado em estratégia pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
Coluna O Marketing Nosso de Cada Dia é publicada semanalmente no Jornal da Cidade de Bragança Paulista e agora também pelas emissoras de rádio CRN e AM de Itatiba. A Coluna também ganhou uma versão digital para as redes sociais. Na edição de 1 de fevereiro, o Diretor do Jornal da Cidade, Antonio Vidiri, destacou em sua coluna “Bastidores” a expansão da coluna.

Coluna sobre Marketing agora em formato de vídeo
Como homem de Marketing, é minha obrigação acompanhar os fatos e acontecimentos que estão ocorrendo no mundo. Afinal, se o Marketing vai ser tratado como uma ciência, é mais do que justo que ele esteja envolvido em todos os campos do conhecimento e da atividade humana, correto? E como esta é a primeira coluna do ano de 2025, quero fazer uma reflexão, utilizando como base as festas de fim Natal e Ano Novo onde as mesas são um pouco mais fartas.
Eu tenho, entre outros motivos, a felicidade de ser casado com uma engenheira agrônoma, formada pela ESALQ de Piracicaba e que tem muito orgulho da sua profissão. Vez em quando, nos deparamos com temas que são comuns. Thais esteve recentemente na cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte onde foi almoçar num restaurante da Central da Agricultura Familiar, que serve comida por quilo.
O que lhe chamou a atenção, foi um cartaz colocado estrategicamente, no local onde as filas começam, com os valores a serem pagos pelos comilões. Estava escrito assim: Preço: R$ 20,00 (Vinte Reais). E logo abaixo: Desperdício R$ 5,00 (Cinco Reais).
Porque nós somos campeões em desperdiçar comida. Colocamos muito no prato e nem sempre conseguimos comer tudo. Não é assim? Pensamos numa necessidade que excede a nossa fome. Aquele restaurante, aplica uma multa em quem deixar “resto” no prato.
Os números são assustadores: o Brasil desperdiça cerca de 30% dos alimentos produzidos, o que equivale a 46 milhões de toneladas por ano. Isso nos coloca em 10º lugar no ranking global de desperdício de alimentos.
Como pensar essa questão, já que tantos estão na linha de miséria e muitos sem ter um pedaço de pão para comer. Há uma desigualdade nessa relação que me assusta pois é sempre doloroso ver a maneira como os detentores do poder se locupletam e a grande maioria do povo fica à mingua.
Você sabia que, em média, cada brasileiro joga fora mais de 41 quilos de comida por ano? E isso acontece por uma série de fatores que vão desde o transporte ineficiente até o armazenamento inadequado passando pela validade e pela burocracia nos chamados centros de armazenamento.
Acompanhei um caso interessante, no final dos anos 1970, quando o prefeito de Campinas era José Roberto Magalhães Teixeira, o Grama. Naquele período, algumas Escolas Municipais reclamavam que não tinham merenda para servir aos alunos. E mais: diziam que os alimentos que chegavam estavam sempre estragados. em precário estado de conservação e não podiam ser aproveitados, sendo destinados ao lixo.
Eu vi a preocupação no rosto do então prefeito de Campinas e me ofereci para ajudar. Ele gostou da ideia e me pediu que verificasse o que ocorria e apresentasse uma solução. Naquele mesmo dia, conversando com o Comandante do 28º Batalhão de Infantaria Blindado ele se prontificou a ajudar. Imediatamente destacou uma pequena equipe que acompanhou o trajeto que a caminhonete, com os mantimentos, fazia semanalmente com a missão de abastecer as creches e escolas da Prefeitura.
Na primeira incursão, identificamos o problema. Os alimentos ficavam na carroceria do veículo o dia inteiro, percorrendo os bairros da periferia, sob um sol escaldante. As primeiras unidades que eram atendidas não sentiam o problema pois recebiam os alimentos ainda fresquinhos. Entretanto, quando no final da tarde as últimas unidades eram abastecidas, tudo já estava praticamente estragado pelo sol escaldante. As rotas foram alteradas, novas viaturas empregadas e o pessoal conscientizado.
Desejo a todos um Feliz Ano Novo e que Nada Lhes Falte, em todos os sentidos. E claro, evitem os exageros, nos negócios e nas relações.
*Paulo Roberto Machado é Jornalista e Radialista Profissional, Bacharel em Comunicação e Pós-graduado em Marketing pela PUC Campinas, diretor do site www.oscomunicadores.com.br e formado em estratégia pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
Marketing Nosso de Cada Dia – 2024
Não é a toa que o nome desta coluna é “O Marketing Nosso de Cada Dia”. É uma ponte entre a Oracão do Pai Nosso e as regras marketeiras.
O propósito é fazer uma ligação dos enunciados ou das chamadas leis do marketing e mostrar que isso nada mais é que o tratamento, de forma diferenciada, das coisas que estão a acontecer nas nossas vidas. Por isso eu sempre busco uma analogia entre a vida empresarial e a pessoal. É preciso entender que o empresário não terá sucesso nos seus empreendimentos, se não tiver sucesso na sua vida pessoal. Há uma lei que estabelece que “assim como é em cima, é em baixo”. Na linguagem popular é o mesmo que dizer que o está dentro é igual ao que está fora.
Minha avó me dizia que a gente precisa comer um quilo de sal junto prá conhecer uma pessoa. É um bom tempo, com certeza! Acredito que mesmo comendo um quilo ou dois, a gente nunca conhece plenamente o outro, vivemos nos surpreendendo.
Muito disso ocorre pela nossa enorme capacidade de querer bem ao próximo, não levar para o lado da maldade e sempre estabelecer uma dose elevada de expectativa, principalmente no campo das relações pessoais. Aí, já sabe. Expectativa gera realização ou decepção.
Como o ser humano é falho e movido por interesses, muitos deles escusos, o decepcionar-se com o outro passou a ser algo comum, principalmente quando analisamos a vida das empresas. Essa frustração não deveria acontecer se a gente tivesse o cuidado de estudar um pouco mais o caráter das pessoas envolvidas. O tempo aprimora as nossas qualidades, mas também os nossos defeitos. Esse fator nem sempre é considerado como deveria.
Se for muito difícil fazer uma análise da empresa, veja a vida familiar dos empresários. Estude o comportamento, o que falam, o que pensam, o exemplo que dão, se são ou não bem-sucedidos enquanto chefes de família. Se na sua casa ele costuma colocar a sujeira prá baixo do tapete, na sua empresa vai fazer o mesmo.
É importante levar em conta o fator instabilidade. Se a pessoa não sustenta em pé o que disse sentado, não será confiável. Se muda de opinião ao sabor dos ventos também não. Eu assessorei uma multinacional e a minha maior dificuldade foi identificar a fonte da influência na cabeça do nosso presidente. Gastei um bom tempo nisso até descobrir que era a sua filha.
Então, maldosamente, inverti os papéis. Convidei a moça e ela topou participar de um evento social. Fiz amizade com ela e, vez em quando, trocava umas ideias, assim como quem nada quer. Eu apenas lançava a semente: Ah! Se eu fosse o seu pai eu faria uma campanha publicitária pela televisão. Ficaria mais caro mas daria mais retorno e imediato.
No dia seguinte, durante os nossos encontros na empresa, o chefe, do nada, saia com aquela: “Paulo, você pode preparar uma campanha pela televisão¿ Eu acho que vai ficar um pouco mais caro mas dará mais resultado…” Eu apenas acenava positivamente e, vez em quando, dava um estímulo positivo: “Acho que a sua ideia é muito boa. Vou fazer o melhor para que a sua vontade seja cumprida”. O ser humano não é fraco não!
*Paulo Roberto Machado – Jornalista e Radialista Profissional, Bacharel em Comunicação e Pós Graduado em Marketing pela PUC Campinas. Formado em estratégia pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e Diretor do site www.oscomunicadores.com.br
A Coluna O Marketing Nosso de Cada Dia é publicada semanalmente no Jornal da Cidade de Bragança Paulista, nas redes sociais e no site dos Comunicadores.
Robot que serve café da manhã no Hotel

Aos poucos a ficção vai se tornando realidade num paradoxo sem precedentes na história da humanidade. Um hotel, na avenida Faria Lima, capital paulista, começou a utilizar robôs para o serviço de quarto, principalmente no café da manhã dos hóspedes especiais. Uma boa jogada de marketing.
Você faz o pedido pelo celular e ele é processado automaticamente. Os produtos selecionados são colocados num pequeno saco de papel que é acomodado num recipiente que fica no peito do robô, um compartimento que só poderá ser aberto pelo hóspede que fez o pedido.

O robôt é programado para atender aquele quarto. Ele vai em direção ao elevador e chega rapidamente ao corredor onde faz uma pequena caminhada rolando até parar na porta do hóspede que fez o pedido disparando então um alarme que soa como uma campainha. O usuário, após a checagem de segurança, abre a porta e retira a encomenda da repartição despachando o robô de volta.

A circulação de robôs autônomos delivery chega à cidade de São Paulo por meio de uma colaboração da Housi em conjunto com a Alabia, Laboratório Avançado de Inteligência Artificial. A novidade na capital paulista já é uma realidade em países como China, Japão e Estados Unidos.
“A precisão na navegação, a integração perfeita com nossos elevadores e a resposta positiva dos residentes validam a nossa visão inovadora em conjunto com a Alabia. Estamos ansiosos para continuar elevando o padrão da experiência de entrega na Housi com essa nova tecnologia”, diz Ale Frankel, CEO da Housi.

Comecei a coluna dizendo que é um paradoxo porque, ao mesmo tempo em que os hóspedes do housi hotel pagam algumas centenas de Reais a diária, com direito a utilizar os serviços do robozinho, aumenta, assustadoramente, na capital do estado e em outras cidades também, o número de pessoas que ingressam na faixa de pobreza extrema a ponto de irem morar na rua.
Acredito mesmo que falte ao Marketing moderno, uma visão mais humana dos fatos e acontecimentos. O robô é uma excelente ferramenta para alavancar as reservas do hotel e colocá-lo como top em termos de tecnologia e acomodação. Mas isso não deveria impedir um olhar mais caridoso para o social, para aqueles que pouco ou nada tem.
Os balanços das empresas, que começam a ser divulgados nesta época do ano, revelam lucros milionários. Principalmente aquelas que estão linkadas com o setor financeiro. Isso quer dizer que tem muita empresa se transformando em galinha dos ovos de ouro, mas ao mesmo tempo se distanciando das pessoas que fazem o seu cotidiano.
Paulo Roberto Machado é Jornalista e Radialista Profissional, pós graduado em Marketing pela PUC Campinas e Diretor do site www.oscomunicadores.com.br email: secretaria@oscomunicadores.com.br
Conselho de Maquiavel: conhecer o inimigo!!!
Um comandante, antes de entrar em batalha, deve conhecer bem o seu inimigo, estudar o seu passado, as estratégias que empregou, sua força de ataque, capacidade de resistência e a sua motivação.
Podemos chegar ao ponto de dizer que o bom general conhece tanto a sua tropa quanto a do adversário. Se conhecer os seus comandados, isso será uma vantagem. Agora, se não conhecer o inimigo, está ferrado.
Esse conceito não é meu. É de um filósofo chamado Niccolò di Bernardo dei Machiavelli. Nós o traduzimos para Nicolau Maquiavel lembrando que ele também foi historiador, poeta, diplomata e músico, na época do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.

Os ensinamentos que Maquiavel deixou, são verdadeiros conceitos a serem estudados e praticados, muitos pelo marketing moderno.
Mas como foi que tudo aconteceu?
Era aniversário do príncipe e Maquiavel estava enrolado para encontrar um presente. Foi quando teve a ideia de dar aquilo que tinha e que, segundo ele, faltava para sua majestade: Conselhos. O longo documento, de 26 capítulos, virou livro que foi publicado cinco anos depois de sua morte, em 1.532 com o título de O Príncipe!
É um manual sobre a arte de governar e foi inspirado no estilo político de César Bórgia um dos mais ambiciosos comandantes italianos, que ficou conhecido por seu poder e atrocidades que cometeu para conseguir o que queria. Maquiavel viu nele o modelo para os demais governantes da época.
Eu sempre recomendo a sua leitura. Mesmo nesse período natalino que estamos vivendo. Entendo que falta a muitos empresários, o espírito de combatente. Todo ano é a mesma coisa. Quando chega o Natal, enfeitamos nossas casas, promovemos as chamadas confraternizações, trocamos presentes e fazemos um monte de promessas sabendo, de antemão, que não iremos cumpri-las. O nascimento do Menino Jesus fica em segundo plano. Sua mensagem redentora, salvadora, também.
E olhe que Jesus foi o maior marketeiro de todos os tempos. Ele praticou os conceitos do marketing e por isso a sua mensagem resiste até os dias de hoje. Jesus nos ensinou que, a qualquer momento podemos nos arrepender dos pecados cometidos e nos tornar uma nova criatura. Seu ministério está repleto de casos. Maquiavel, em seus escritos, entrou pelo mesmo caminho ao defender as mudanças no seu tempo. Claro que Jesus defendeu o amor e ele simplesmente a dor.
Por isso, neste Natal, além de desejar a você Boas Festas, Paz e Harmonia, posso garantir, baseado nos princípios que Jesus nos deixou sem receio de errar: “Se você não está satisfeito com os resultados que está obtendo, na sua empresa, nos relacionamentos, na sua vida profissional, você pode mudar, pode passar por um processo de reengenharia”.
No caso das empresas, essa é a melhor época do ano para faturar. As previsões são de que as vendas terão um aumento considerável e os comerciantes da cidade estão animados e esperançosos. Mas que tal aumentarmos também o coeficiente de amizade, amor, paz, harmonia, tratamento igualitário, companheirismo, positivismo? Vamos empregar o conhecimento pregado por Maquiavel e a fraternidade defendida por Jesus.
Que as vendas aumentem. E o espírito natalino encontre um ambiente acolhedor dentro do coração de cada um de nós e sejamos mais felizes! Feliz Natal!
*Paulo Roberto Machado é Jornalista Profissional, Pós Graduado em Marketing pela PUC Campinas e Diretor do site www.oscomunicadores.com.br email: secretaria@oscomunicadores.com.br
Coluna anterior o tema foi o atendimento do 190 que ainda deixa a desejar em algumas cidades
Ah! O atendimento! Sempre ele, não é mesmo? O vilão da história. É cada vez mais difícil você encontrar uma empresa que preste ao seu cliente ou consumidor, um atendimento satisfatório. Esse problema me parece ser meio geral. Todo mundo reclama por ter sido atendido de maneira precária. Poucos se lembram quando foram bem atendidos, não é mesmo?
Até instituições históricas e centenárias como a Polícia Militar do Estado de São Paulo sofrem as consequências do atendimento precário ao cidadão, no caso o consumidor final que, para efeito de marketing, podem ser considerados como seus clientes.

Quando se fala em cliente, queremos relacionar alguém com o processo de compra, de aquisição de bens ou serviços. No caso da Corporação, o que é que nós, clientes, cidadãos que moramos nas ruas, bairros e cidades consumimos? Consumimos, entre outras coisas, Segurança Pública, certo?
Então, podemos dizer que existe uma relação direta entre a PM e o cidadão. Um fornece serviço. Outro consome, se utiliza desse serviço. Estabelecido o vínculo, é possível dizer que organizações como as que cuidam da segurança, estão sujeitas às “leis do marketing”, as chamadas regras do mercado.
Entender como essas questões funcionam pode facilitar e muito o trabalho dos grandes conglomerados. No caso da Polícia Militar do Estado de São Paulo, foi criado o P-5 ou Seção de Comunicação. Os policiais que integram essa unidade deveriam ser treinados pois embora vistam farda, tenham patente e andem armados, eles não fazem o trabalho policial de campo. Participam de um outro tipo de “guerra” que é a da comunicação.
A PM sabe disso. Prova é que em 2015 terceirizou o atendimento feito pelo COPOM, o seu Centro de Operações para as cidades de São Paulo, Osasco e São José dos Campos. Na mesma linha segue o CPI-2 – Comando de Policiamento do Interior – região de Campinas que está finalizando a contratação e o treinamento de uma empresa de call center para atender as chamadas de emergência que são feitas pelo 190.
Na estrutura administrativa da Corporação existem cinco áreas de atuação: P1 ‐ recursos humanos; P2 ‐ inteligência; P3 ‐ estatísticas; P4 – armamentos; P5 ‐ relações públicas.
No Quartel General da Polícia Militar, na capital paulista, a seção de comunicação, ou a P-5, era comandada por um Major tendo ao seu serviço dois ou três capitães, alguns sargentos, cabos e soldados. A missão dessa área é tão delicada que uma ocasião o Comando Geral me contratou para assessorar a unidade, buscando facilitar as relações da PM com os veículos de comunicação.
Ocorre, vez em quando, que por falta de preparo, os policiais da área de comunicação não conseguem prestar um bom serviço. Uma coisa é você treinar para ser policial, cuidar da segurança pública, e outra bem diferente é, depois de formado, ser destacado para prestar serviço na P-5. Acredito que possa, em alguns casos, ocorrer até uma certa decepção, uma frustração.
Quando um jornalista liga na P-5, a seção de comunicação, e pede para entrevistar o comandante da unidade e depois de vários dias não recebe nenhuma resposta, dá prá entender por que as coisas não funcionam e a distância entre a Força Policial e os cidadãos ao invés de diminuir, continua aumentando.
*Paulo Roberto Machado é Jornalista Profissional, Pós Graduado em Marketing pela PUC Campinas e Diretor do site www.oscomunicadores.com.br email: secretaria@oscomunicadores.com.br
*A Coluna Marketing Nosso de Cada Dia é publicada semanalmente no Jornal da Cidade de Bragança Paulista e no site www.oscomunicadores.com.br