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A História da Máscara

Prof. Paulo Sergio Bretones – Departamento de Metodologia de Ensino/UFSCar

Desde o começo da pandemia, minha mãe ficava surpresa com o uso de máscaras, como muitas outras pessoas e dizia que, quando era criança, lia muito as revistinhas do Capitão Marvel e os bandidos estavam sempre com máscaras. Um exemplo foi o Saqueador Mascarado, mas os heróis também usavam como o Cavaleiro Negro, Cavaleiro Fantasma, Durango Kid e outros.

Os médicos usavam máscara e uma varinha para tocar os pacientes

As máscaras têm histórias ao longo de séculos atrás. Os contadores de histórias usavam máscaras em suas narrativas. Tinham um papel espiritual e instrumental em rituais sagrados como na África; no Egito com as múmias; indígenas norte-americanos como Hopi e Zuni; nativos brasileiros representando animais e pássaros; na Ásia com rituais e casamentos; tribos primitivas em matrimônios e rituais de passagens; na China, a Ópera de Pequim; os esquimós no Alaska; os gregos nas festas em homenagem a Dionísio e no teatro.

Após a queda do Império Romano, os cristãos proibiram o uso das máscaras, pois as consideraram do paganismo. Quando os europeus chegaram na América, levaram máscaras para as festas e para as crianças brincar. Outro exemplo é a ópera de Giuseppe Verdi, “Um baile de máscaras”.

As máscaras ainda hoje são usadas no Carnaval, no Brasil e em Veneza, na Itália. Também são destaque no Halloween, Dia das Bruxas, comemorado no dia 31 de outubro, principalmente nos Estados Unidos, em esportes como a esgrima e em trabalhos como na apicultura para se proteger das abelhas.

Sobre as máscaras faciais médicas, durante a peste negra, nos anos 1300, os médicos iniciaram o uso delas. Cobriam o rosto e tinham um espaço para o nariz onde colocavam palha e ervas como hortelã, por entenderem que evitavam o contágio pelo ar.

Com a Praga de 1656, os médicos usavam um sobretudo de couro, luvas, calças, botas e um chapéu. Também usavam uma vara para tocar os pacientes. Além disso, tinham uma máscara de pássaro com bico feita pelo médico francês Charles de Lorme, visando diminuir a propagação das doenças. Usavam palha e ervas aromáticas, como hortelã, cravo, pétalas de rosa, mirra, cânfora, além de óculos de vidro.

No século 18, Plínio e da Vinci, acreditavam que inalar partículas de poeira pelo ar, poderia prejudicar as pessoas, o que levou Alexander von Humboldt, da Prússia, a criar um respirador para minérios em 1799. Durante o século 19, os trabalhadores das fábricas eram instruídos a usar máscaras para filtrar o ar com partículas.

Os médicos demoraram para iniciar o uso de máscaras. Em 1897, o médico francês Paul Berger, foi um dos primeiros a usar uma máscara durante uma cirurgia. Também estava ligado ao trabalho do bacteriologista alemão Carl Flügge, descobridor de que a saliva pode ter bactérias que causam doenças. Em 1905, a médica Alice Hamilton menciona a ausência de máscaras em cirurgias. No ano seguinte, o médico Berkeley Moynihan, publicou um livro defendendo o uso de máscaras.

Depois disso, com a praga da Manchúria, iniciada em 1910, o médico Wu Lien Teh chegou na cidade de Harbin, na China e insistia que todos os médicos e enfermeiros usassem máscaras. Também foi um motivador do uso de máscaras na gripe espanhola de 1918 e homenageado pelo doodle em março de 2021, considerado o “pai da saúde pública”. As  máscaras descartáveis se tornaram populares em 1960 e 1972 e, em 1995 foi inventada a máscara N95.

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